segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Kôtia – Parte II

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

 

parte ii

Continuando a historinha de ontem …

Logo que o dia amanheceu, pedi uma caixa no comércio da esquina com o João Paulo, coloquei um paninho pra forrar e pus os filhotinhos dentro, foi luta, foi labuta pra ela deixar que eles ficassem dentro da caixa, queria porque queria levá-los de volta pra o guarda roupa, fechei a porta do quarto do Evaldo, assim ela não entraria com os filhotes pra colocar no guarda roupa dele, quando pensei que já estava tudo certo, deitei em minha cama, e comecei a mexer novamente em meu note book novo (ai ai ai), após um período curto de tempo resolvi olhar as crias, encontrei a caixa vazia, corri a procura das “crianças”, não encontrei, fui na casa da vizinha, olhei pelo buraco do muro ao lado, nada de filhotes, deitei cansado, ela aparece com a cara mais limpa do mundo enxugando o suor da testa, perguntei onde estavam os filhotes, mas ela debochadamente virou as costas e saiu rebolando, com seu corpo escultural (de mãe sem barriga) cantarolando em “la ra ris” a música Single Ladies da Beyonce, gatinha desaforada, passei a persegui-la, esperando que ela fosse direto pra os filhotes, mas acho que ela percebeu a minha intenção e ficou na dela, toda metidà a espertinha da estrela, então escutei os miadinhos lá longe, procurei, procurei e os miados foram ficando mais alto. E de onde vinham?  Vinham do meu quarto, estavam todos debaixo de minha cama, como ela os colocou lá sem eu perceber isso eu não sei, só depois, após eu ter ameaçado cortar a ração dela foi que ela disse que colocou sonífero em meu refrigerante na hora do almoço pra que ela pudesse realizar a operação intitulada por ela de “Cat In The Dark”, alegando que:

 

Kôtia – Mê filho, olhe bem pala mim, sou uma gata de famíliu, mês filhotus estão diletamente expostos à luz forte da janela da latelal esquêdo de sua casa, e eles pecisam de um local esculo pala dormir o “sono da benção divinu da beleza do amanhecer celestial felinoscópicu”.

Eu – Anh?

 

Se ela disse, ta dito, mudei a caixa de posição, agora sim, os filhotes estão seguros e podem dormir o “sono da benção divina da beleza do amanhecer celestial felinoscópica”, que diabo de sono é este eu não sei, mas já que ela diz, então não vou discutir.

E eu paro pra pensar. Nunca imaginei que a gatinha que peguei na rua chorando seria uma mãe tão atenciosa e amável como está sendo, e é nessas horas que percebo que Deus não fez nada sobrando nem faltando, sabia exatamente o que fazia quando o fez, e sabia exatamente o que estava fazendo quando colocou a Kôtia em meu caminho. Sabia que eu amava gatos, porque com os desaforos que eu escuto dessa gata se eu não a amasse tanto eu já a teria matado.

 

Eu - Sorte sua Kôtia, sorte sua.

Kôtia – Cala a bocu, Meus filhotus estão tentando dormir “o sono da benção divinu da beleza do amanh ...”

Eu – Eu sei Kôtia, eu sei.

Kôtia – Se sabe, pôque está falando tão alto como se eu fosse uma felá da putu. Estou aqui tentando botar os meus filhotus pala dormir e não consigo? Não lespondu! Fique caladu! E apague a luz quando sair, com licençu, obigado, por favor. Hum.

 

E depois de um desaforo desses eu me recolho, vou dormir o “sono do desrespeito e falta de consideração felina da Kôtinoscópica” que eu não sou de ferro.

Mas gente, que ela é uma mãe lindinha, isso ela é!

Beijos na bunda.

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